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terça-feira, junho 13, 2006

Al Zarqawi - já era. Foram muitas as vozes de contentamento que se ergueram para assinalar um primeiro passo para uma vitória da estabilidade no Iraque. Creio no entanto que cada lado do campo da batalha vai tentar aproveitar o facto para seu próprio benefício. E no final creio que não serão os Estados Unidos a ganhar.

Foi anunciada com pompa e circunstância. Livramo-nos dele. As imagens do rosto ensanguentado de Al Zarqawi fizeram-me recordar outras, as da captura de Saddam Hussein, tratado como um animal. Uma tentativa de mostrar ao mundo de que os Estados Unidos estão a obter progressos. Contrasta com a ausência nos media de sangue americano. Sim, esta é uma guerra em que os meios de comunicação são fundamentais para se fazer acreditar aquilo que se quer.

Do outro lado da barricada, o líder da Al-Qaeda no Iraque já é um mártir. Daqueles que morreram por um ideal, pela libertação do seu país. Tenho a certeza que haverá muitos que olharão para ele com admiração, e que serão capazes de o seguir. E porquê? Porque têm pouco a perder. Entre morrer por um ideal ou morrer por falta de oportunidades na vida, há muitos que preferem a primeira via. De forma semelhante, o exército norte-americano consegue ter maiores taxas de recrutamento entre as populações mais abandonadas pelo Governo, nomeadamente jovens desempregados e sem nenhuma perspectiva de futuro.

A luta vai continuar. Não vejo fim para o conflito enquanto não houver retirada americana. Será a única forma de suster o surgimento de mais Al Zarqawis.