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terça-feira, julho 25, 2006

Le Tour - ano após ano, este sempre foi o meu acontecimento preferido do Verão. Contrariamente aos campeonatos de futebol que têm uma periodicidade de dois anos, o Tour estava sempre presente nos ecrãs de todo o mundo nos meses de Julho.

Lembro-me de acompanhar a prova desde os tempos em que Induráin dominava a Grande Boucle. Não gostava dele, estava sempre à espera que aparecesse alguém para o derrotar (limitava-se a fazer a diferença nos contra-relógios e a seguir os outros favoritos na montanha). Depois do domínio do espanhol, houve um tempo de transição até surgir outro grande dominador, Lance Armstrong. Confesso que não gostei dele até à terceira vitória, mas as suas capacidades de luta e resistência levaram-me a admirá-lo como ser humano e desportista. E ao contrário de Induráin, fazia a diferença não só nos contra-relógios como também na montanha. E era fantástico assistir à primeira etapa de montanha, em que o norte-americano fazia sempre o seu arranque para mostra que o patrão era ele. O resultado toda a gente já sabe, 7 vitórias consecutivas na maior prova velocipédica mundial.

Com a reforma de Armstrong e os escândalos de doping que afastaram da prova deste ano alguns dos principais candidatos à vitória (Ullrich, Basso, Sevilla, Mancebo), pensou-se que a prova iria perder interesse. Eu próprio não me entusiasmei muito, não acompanhei as duas primeiras semanas de corrida. No entanto, as constantes mudanças de camisola amarela e as curtas diferenças entre os primeiros da classificação geral fizeram-me voltar ao pequeno ecrã para acompanhar a decisão nos Alpes. E aí pude conhecer as caras novas do pelotão (Landis, Pereiro, Kloden, Rasmussen) e ainda deliciar-me com a forma como Landis recuperou 8 minutos de atraso na última etapa de montanha. O Tour afinal continua a ter interesse.

Não sei o que explica o fenómeno. O público? Talvez. Trata-se, afinal de contas, um dos poucos desportos gratuitos (daí a sua popularidade). As estradas continuam cheias de gente. Mas o segredo para o ciclismo sobreviver a todo o tipo de escândalos ligados ao doping é a magia da estrada, das montanhas, da luta e sofrimento dos corredores. E enquanto houver quem goste de acompanhar o que se passa nos Alpes e Pirinéus, o ciclismo terá sempre dias risonhos pela frente. E o Tour conseguirá sempre criar novos heróis, Landis é o mais recente.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O Tour será sempre o Tour...continua a ser uma prova sem paralelo. Não há Giro, Vuelta ou Campeonatos Mundiais que lhe façam frente. Tal como este ano, nos momentos decisivos, não houve quem fizesse frente a Floyd Landis, talvez mesmo o único que nunca deixou de acreditar que chegaria de amarelo a Paris. Faltou Ullrich? Basso não esteve? Verdade. Mas estavam Kloden, Sastre, Rasmussen, um enorme Pereiro (escudeiro num dos triunfos de Gamito na Volta a Portugal), Leipheimer e mesmo Azevedo, que já entrou no Top 5 em edições anteriores...e Landis foi melhor que todos. Pelo menos durante um ano ele será o campeão dos campeões. Daqui a um ano há tira-teimas.

12:33 da tarde

 
Blogger Nuno Santos said...

Parece que tens de corrigir o post: Landis é o mais recente...a ser apanhado nas malhas do doping!!!

9:23 da tarde

 

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