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segunda-feira, maio 22, 2006

Bandeira gigante

No passado sábado, 18 mil pessoas (na sua maioria mulheres) conseguiram desenhar uma bandeira gigante para receber a Selecção Nacional. Aquelas imagens fizeram-me recordar outras, não tão longínquas mas já algo distantes. Ainda não tinha entrado para a faculdade.

Decorria o ano de 1999. Numa manifestação de charme junto da UEFA, o comité organizador arriscou a construção de um logótipo humano como prova da vontade colectiva em trazer a organização do Campeonato da Europa de 2004 para terras lusitanas. Lembro-me de um dia extremamente quente, uma organização possível perante a presença de cerca de 30 mil pessoas no relvado do Estádio Nacional. Lembro-me de ter ganho uma capa, lanche e mangueiradas dos bombeiros. E ainda poder dizer eu estive lá. Acabamos por ganhar também a organização. E muitos impostos para pagar no futuro. Não sei o que me levou a estar lá, mas à luz do dia hoje julgo tal participação como irracional.

Nunca pensei que pudessem repetir algo do género. Fizeram-no. Eu vaticinei o fracasso desta iniciativa, porque subestimei o poder do futebol como veículo de comunicação nos media. Foi uma relação emocional com o futebol que me deve ter levado a fazer parte do logótipo humano, além dos patrocinadores da iniciativa que me fizeram acreditar que eu ia ganhar alguma coisa com isso. Mas quem ganha, é quem organiza a iniciativa. No caso do logótipo humano, foram os clubes de futebol, que renovaram a sua frota de estádios.

Aquela não é nem a bandeira de Portugal, nem a bandeira das mulheres. É a bandeira do BES.